domingo, 2 de dezembro de 2012

SPED - A Contabilidade


                                        A Contabilidade na era SPED - Parte 1


Todos os empresários, independente do ramo de atividade de sua empresa, do porte ou até mesmo do tipo de mercado em que atuam, já ouviram falar do SPED – Sistema Público de Escrituração Digital. Pode ter sido de modo informal numa conversa com outros empresários ou com seu contador, mas o que realmente vem a ser esse tal de SPED? E outra pergunta que é muito comum ser feita pelos empresários: No que ele afeta minha empresa?
 
Bem essa coluna que trata de temas ligados á área contábil vai abordar esse assunto que tanto trabalho deu e ainda dá aos escritórios de contabilidade e que ainda é um mistério para muitos empresários.
O Sistema Público de Escrituração Digital – SPED nada mais é do que um método de enviar a diversos órgãos de controle governamentais, em sua quase totalidade, informações dos movimentos contábeis e fiscais realizados pelas empresas. Até ai não parece uma grande novidade, já que enviar informações para órgãos públicos já é rotina para os profissionais da área contábil. Os contadores sempre enviaram as chamadas “declarações” para a Receita Federal, Receita Estadual e etc. A novidade está na forma ou formato, no tipo e no volume ou detalhamento em que essas informações passaram a ser enviadas no SPED, além é claro do rol de órgãos que passaram a ter acesso a essas informações.
Até então a maioria dos empresários, pelos menos os gestores de empresas de menor porte, costumavam a não se envolver com essas “questões de contabilidade”, deixando-as a cargo dos profissionais da área. Isso mudou e se você empresário ainda não se apercebeu disso, um aviso, já passou a hora de começar á se envolver mais com os assuntos do seu negócio.
Comecemos por falar do detalhamento e volume das informações que são enviadas pelo SPED. Informações contábeis e fiscais no nível de detalhamento de item a item movimentado pela empresa, seja na compra de mercadorias, matérias-primas, material de consumo, além de aquisição de todas as despesas do estabelecimento, como energia elétrica adquirida, conta de telefone, etc. e ainda as vendas de suas mercadorias ou produtos.
Assim, hoje não informamos mais aos órgãos públicos o valor total do faturamento mensal, através de uma declaração que enviávamos de forma mensal ou até anual. Informamos, mensalmente, a composição de todas as notas fiscais ou cupons fiscais emitidos pela empresa, item a item, incluindo descrição, classificação, quantidade, valor, tributação, etc.. O nível de detalhamento das informações que enviamos é infinitamente maior do que estávamos acostumados a fazer.
Não precisa nem dizer que a maioria das empresas não estavam, e muitas ainda não estão, preparadas para prestar essas informações de forma que seus profissionais contábeis possam dar-lhes o tratamento adequado e enviá-las dentro das normas e regras dos programas do SPED.
Aos empresários que estavam acostumados a simplesmente enviar os documentos, entenda ai as notas fiscais, do movimento de suas empresas para o escritório de contabilidade, estão tendo que mudar seus hábitos e rotinas. Os documentos mencionados hoje estão na forma de “arquivos de computador” e sem eles não há como “fazer a contabilidade” das empresas.
César Ventura
Téc.em Contabilidade CRC-RJ TC-59101
Ventura & Bastos Contabilidade
Matéria publicada no Jornal Tribuna da Cidade de Araruama
 
 

A Contabilidade na era SPED - Parte 2

Na edição passada iniciamos a narrativa sobre a Contabilidade na era SPED e chamamos a atenção dos empresários para a necessidade de maior comprometimento das empresas com as atividades, até então delegadas exclusivamente a área contábil.
Gostaria de enfatizar a importância dos arquivos de computador (os chamados documentos eletrônicos), como notas fiscais, inventário, memória dos ECF (Impressoras Fiscais), para a correta contabilização das atividades empresariais. Tais arquivos são fundamentais para os contadores desenvolverem seu trabalho e atenderem a legislação a que estão subordinadas as empresas sob seus cuidados.
Desses arquivos, os mais conhecidos são os das notas fiscais eletrônicas (NF-e), chamados de “arquivos XML”. A legislação obriga a guarda desses arquivos pelo prazo decadencial estabelecido na legislação que regula o tema. No caso das NF-e, na maioria das situações, são de 5 anos esse prazo. Aí estão incluídas tanto as notas de compra, quanto de venda. É muito comum as empresas não exigirem dos seus fornecedores que lhes envie os arquivos das notas de compra, aceitando apenas o DANFE que acompanha o transporte das mercadorias como único documento da operação realizada e alguns nem confirmam se o DANFE apresentado é realmente espelho da nota fiscal emitida. Confirmação essa que é obrigatória conforme prevê a legislação da matéria. Saibam, Senhores Empresários, que a responsabilidade de apresentarem esses arquivos ao fisco, quando solicitados, é de vocês. Não adianta tentar transferi-la para seu fornecedor.
Outro arquivo muito importante é a memória das impressoras fiscais. Neste caso são dois os arquivos, mais conhecidos como "TDM" e "MFD", quem devem ser encaminhados a contabilidade. É de crucial importância para a realização dos serviços contábeis que tais arquivos sejam disponibilizados para a contabilidade até no máximo o dia 5 do mês seguinte, contemplando as informações do movimento registrado mês anterior por cada equipamento de ECF utilizado pela empresa. Sem esses arquivos não há como a contabilidade enviar as informações para o sistema SPED conforme exige a legislação, bem como atender a outras esferas da administração pública, como, por exemplo, o a Secretária de Fazenda Estadual com a apresentação das informações do SINTEGRA.
Essa é a primeira tarefa dos empresários, munir a contabilidade das informações necessárias para que esta possa realizar seu trabalho de forma adequada e correta.
Vamos mostrar aqui, nesta coluna, como o SPED afeta os negócios e sugerir formas de como os empresários podem agir. Nossa intenção não é dar uma "receita de bolo pronto", mesmo porque a realidade das empresas são diferente, mesmo quando no mesmo ramo de atuação, e as necessidades também, mas sim, de uma forma geral, mostrar formas de ação que possam ser útil nessa nova caminhada, onde o documento fiscal mais importante deixou de estar em papel e passou a ser um arquivo de computador.
Empresários conversem, discutam com seus Contadores, eles são os mais indicados para lhes esclarecerem sobre os assuntos ligados a sua empresa. Esse profissional conhece a realidade o seu negócio e a legislação a que os senhores estão subordinados.
Na próxima edição voltaremos ao tema e, se algum leitor tiver algum assunto ligado á área contábil que desejar ver discutido aqui, envie-nos sua sugestão que, na medida do possível, atenderemos.
César Ventura
Téc.em Contabilidade CRC-RJ TC-59101
Ventura & Bastos Contabilidade
Matéria publicada no Jornal Tribuna da Cidade de Araruama
 


                     A Contabilidade na era SPED - Parte 3 final
Na última parte da série de narrativas sobre a Contabilidade na era SPED abordarei a importância do sistema informatizado utilizado nas empresas. Quando falo do sistema informatizado me refiro, principalmente, a emissão das Notas Fiscais Eletrônicas, Controle de Estoques e a emissão do Cupom Fiscal. Este último mais comum nas empresas de menor porte e, ao qual, nem sempre é dado à devida atenção por parte dos empresários.

Na última edição enfatizei a importância dos arquivos de computador (os chamados documentos eletrônicos), como notas fiscais, inventário, memória dos ECF (Impressoras Fiscais), para a correta contabilização das atividades empresariais. Pois bem tais arquivos são à base de dados que a contabilidade se utiliza para prestar as informações aos órgãos competentes.
As empresas precisam enviar a contabilidade esses arquivos (“XML” – notas fiscais de compra e venda; “TDM” e “MFD” – Impressora Fiscal.). Sem eles não há como cumprir as exigências da legislação e prestar a correta informação ao fisco, o que acarretará penalidades para as empresas. As multas por descumprimento de prazo podem chegar a R$ 5.000,00 por cada mês de atraso no envio dos arquivos.
Agora só a transmissão dos arquivos não basta, é preciso que eles estejam corretos e ai é que entra a necessidade dos sistemas utilizados nas empresas atenderem as especificações da legislação (estarem homologados para uso) e serem devidamente parametrizados para o perfil do empreendimento, além dos cadastros no sistema serem realizados corretamente e de forma completa.
Não resolve, também, computadores e sistemas integrados no seu estabelecimento se estes não atendem ao que a legislação determina. Da mesma forma não adianta ter um excelente sistema se os cadastros dos produtos, por exemplo, forem realizados sem o devido cuidado. Dentre os erros mais comuns e o que acaba custando mais caro no futuro é erro ou falta da informação na classificação fiscal dos produtos cadastrados no sistema. Classificar o produto corretamente, principalmente, fornecendo o NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) e o CST (Código de Situação Tributária) de cada produto é primordial para que os arquivos enviados a contabilidade possam servir aos seu propósito. Lembro que o fisco recebe essas informações e processa esses dados, tomando conhecimento dessas inconsistências, na maioria das vezes, antes mesmo da própria empresa ou da contabilidade detectar o problema.
Empresários deem a devida atenção aos cadastros dos produtos em seus sistemas. O funcionário ou funcionários responsáveis por essa atividade precisam receber treinamento especial e específico para cumprirem essa tarefa. O faturista precisa estar sempre atendo as informações que são prestadas nas notas fiscais que emite e o responsável pelas notas de compras deve saber analisar os documentos que recebe para detectar possíveis erros em sua emissão. Um erro no cadastro de um produto pode gerar meses de faturamento com problemas até ser detectado e a correção, normalmente é complicada e trabalhosa de ser realizada, gerando aumento de custo, sem falar na possibilidade de sanções fiscais futuras.
Outra falha muito comum nos arquivos gerados pelos sistemas informatizados é a falta de informação sobre o Inventário (balanço do estoque) ou a inconsistência entre os saldos físicos e contábeis. Atenção a esse ponto. Empresários, conversem com seus Contadores, estes saberão orientá-los na forma de proceder, mostrando o caminho para correção dos possíveis erros em seus sistemas.

César Ventura

Téc.em Contabilidade CRC-RJ TC-59101
Ventura & Bastos Contabilidade
Matéria publicada no Jornal Tribuna da Cidade de Araruama
Ano II - Nº 08 . 19 de novembro de 2012 . Araruama - RJ

 
 

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